quarta-feira, 28 de maio de 2014

Sentido denotativo/ Sentido conotativo

Sentido literal ou denotativo VERSUS sentido figurado ou conotativo

Sentido literal é o sentido próprio da palavra, ou o sentido do dicionário. 
No sentido literal algumas expressões ficam incompreensíveis e tornam-se cômicas:



                                                   sentido literal: Uma mão na roda
                                                   sentido figurado: pessoa eficiente


                                                   sentido literal: Quebrar o galho
                                                   sentido figurado: ajudar 

                                                   sentido literal: pisando em ovos
                                                   sentido figurado: ser cuidadoso


                                                                 sentido literal: pisar na bola
                                                                 sentido figurado: errar


                                                   sentido literal: pendurando as chuteiras
                                                   sentido figurado: aposentar-se


                                                   sentido literal: pedra no sapato
                                                   sentido figurado: incomodo, empecilho, obstáculo


                                                   sentido literal: pagar o pato
                                                   sentido figurado: levar a culpa


                                                   sentido literal: molhar o biscoito
                                                   sentido figurado: fazer sexo


                                                  sentido literal: joão sem braço
                                                  sentido figurado: preguiçoso


                                                   sentido literal: engolir sapo
                                                   sentido figurado: aguentar desaforo, não revidar


                                                   sentido literal: encher linguiça
                                                   sentido figurado: falar muito


                                                  sentido literal: com a corda no pescoço
                                                  sentido figurado: endividado


                                                  sentido literal: chutar o balde
                                                  sentido figurado: ficar com raiva


                                                   sentido literal: chá de cadeiras
                                                   sentido figurado: esperar


                                                   sentido literal: andar na linha
                                                   sentido figurado: fugir do que é errado


                                                   sentido literal: bater as botas
                                                   sentido figurado: morrer

Paródia das coordenadas


Paródia Musical das Orações Coordenadas

quarta-feira, 14 de maio de 2014

TRABALHANDO COM PONTUAÇÃO


 Trabalhando com Pontuação


http://www.noas.com.br/ensino-medio/lingua-portuguesa/trabalhando-com-pontuacao/

O casamento do Curió


Literatura de Cordel


Literatura de cordel globo rural


Literatura de Cordel


O Lobisomem e o Coronel - Versão Oficial


A Árvore do Dinheiro


A moça que dançou depois de morta


O Cangaceiro


sexta-feira, 2 de maio de 2014

Narração/ descrição/ dissertação

Narração, descrição e dissertação (com exercícios)


Texto narrativo

A narrativa pode ser definida como relato de acontecimentos que remetem para o conhecimento do Homem e das suas realizações no mundo. É uma forma de literatura que compreende o romance, a novela, o conto e a epopeia.A nível de texto, pode ser entendida como um encadeamento discursivo, nas suas relações com os acontecimentos que relata e o ato que o produz.
Na narrativa literária, com recurso frequente à ficção, por vezes socorrendo-se de acontecimentos históricos, há uma expressão do mundo exterior e objetivo. Em geral, a enunciação surge na terceira pessoa (por vezes, na primeira pessoa, quando o narrador assume o papel de personagem), predominando a função referencial ou informativa da linguagem.
O texto narrativo, que permite uma comunicação através do discurso do narrador e da história recriada, apresenta um discurso múltiplo e complexo que recorre, essencialmente, à narração, à descrição, ao diálogo e ao monólogo.

Categorias do texto narrativo

O texto narrativo possui três elementos estruturais: personagem, espaço e acontecimento (ação num tempo). Consideram-se, por isso, categorias da narrativa as personagens, o espaço, o tempo e a ação.

As personagens (agentes da narrativa em torno dos quais gira a ação) podem distinguir-se quanto ao relevo ou papel desempenhado como principais ou protagonistas (à volta das quais decorre a ação), secundárias (participam na ação sem um papel decisivo) e figurantes (servem apenas para funções decorativas dos ambientes); podem, também, ser individuais ou singulares e coletivas. Quanto à composição ou conceção e formulação, as personagens definem-se como modeladas ou redondas (com densidade psicológica, capazes de alterarem o comportamento ao longo da narrativa), planas (sem vida interior, sem alteração do comportamento ao longo da ação, nem evolução psicológica) e tipos (personagens planas, representantes de um grupo profissional ou social). Em relação aos processos de caracterização, esta pode ser direta por autocaracterização (através das palavras da própria personagem) e heterocaracterização (através dos elementos fornecidos por outras personagens ou pelo dramaturgo através das didascálias) ou indiretas (deduzida a partir das atitudes, dos gestos, dos comportamentos e dos sentimentos da personagem ou a partir de símbolos que as acompanham).

O espaço físico (e geográfico) é formado pelo lugar onde decorre a ação, podendo dizer-se interior ou exterior, fechado ou aberto, público ou privado; o espaço social e cultural caracteriza o meio em que vivem as personagens, a situação social e econômica ou os valores culturais, as tradições e os costumes; o espaço psicológico exprime vivências que cada personagem tem do espaço físico ou de um espaço de emoções e sensações.
Os ambientes, como cenários importantes para retratar situações, hábitos, atitudes, valores, resultam dos espaços físicos, sociais, culturais e psicológicos.

O tempo dá conta da sucessão dos anos, dos dias, das horas em que acontece a história ou dura a ação. Diz-se tempo cronológico se indica as datas e sucessão dos acontecimentos; considera-se tempo histórico o que corresponde à época ou ao momento em que decorre a ação; chama-se tempo do discurso ou da narrativa ao que obedece à sequência do próprio enunciado; e é tempo psicológico o que exprime a vivência subjetiva das personagens, que permite uma percepção do decorrer do tempo.

A ação divide-se em central (constituída pelos acontecimentos principais) e secundária (constituída pelos acontecimentos menos relevantes que valorizam a ação central). Pode ser aberta se não há desenlace da história e do destino final das personagens; e fechada quando se observa a ação solucionada e a sorte final das personagens. Tem como momentos estruturais a introdução (situação inicial, apresentação), o desenvolvimento (peripécias e ponto culminante) e a conclusão (desenlace). Quanto à estrutura, as ações na narrativa relacionam-se entre si por encadeamento (ordenação temporal das ações), por encaixe (introdução de uma ação noutra) e por alternância (entrelaçamento das ações que se vão desenrolando, separada e alternadamente, podendo fundir-se em determinado ponto da intriga).


OS ELEMENTOS DA NARRATIVA

Enredo

Personagens

Espaço

Tempo

Narrador

O ENREDO - É o conjunto de fatos ligados entre si que fundamentam a ação de um texto narrativo.

O enredo pode ser organizado de diversas formas. Observe a seguir, a organização mais comum:

situação inicial – personagens e espaço são apresentados.

estabelecimento de um conflito – surge uma situação a ser resolvida, que quebra a estabilidade de personagens e acontecimentos.

desenvolvimento – busca de solução do conflito.

clímax – ponto de maior tensão na narrativa.

desfecho – solução do conflito.

O ESPAÇO - Espaço é o lugar em que a narrativa ocorre.

O espaço físico (e geográfico) é formado pelo lugar onde decorre a ação, podendo dizer-se interior ou exterior, fechado ou aberto, público ou privado; o espaço social e cultural caracteriza o meio em que vivem as personagens, a situação social e econômica ou os valores culturais, as tradições e os costumes; o espaço psicológico exprime vivências que cada personagem tem do espaço físico ou de um espaço de emoções e sensações.


O TEMPO - Tempo em uma narrativa pode ser definido como a duração da ação. Pode ser cronológico ou psicológico.

No tempo cronológico os fatos são apresentados de acordo com a ordem dos acontecimentos.

Já o tempo psicológico é a maneira pela qual a passagem do tempo é vivenciada. O tempo nesse caso não é uma seqüência temporal linear, pois é medido pelas emoções e não pelo relógio.

NARRADOR

Tudo na narrativa depende do narrador, isto é, a voz que conta a história. O ponto principal de uma narrativa é o seu ponto de vista, ou seja, a perspectiva, o modo de contar e de organizar o que é contado. Desse modo, o narrador funciona como um mediador entre a história narrada e o leitor, ouvinte ou espectador.

Basicamente, existem três tipos de ponto de vista, ou foco narrativo, determinado pelo tipo de narrador.

Tipos de narradores

1 - Narrador-personagem: além de contar a história em primeira pessoa, faz parte dela, sendo por isso chamado de personagem. É marcado por características subjetivas, opiniões em relação aos fatos ocorridos, sendo assim uma narrativa parcial, já que não se pode enxergar nenhum outro ângulo de visão. A narrativa é dotada de características emocionais daquele que narra. Esse tipo de personagem tem visão limitada dos fatos, de modo que isso pode causar um clima de suspense na narrativa. O leitor vai fazendo suas descobertas ao longo da história junto com a personagem, como nesse trecho:

Quando avistei-a sozinha na arquibancada da quadra, percebi que era a melhor oportunidade para definitivamente conhecê-la. Então pedi a meu melhor amigo Fabrício que me ajudasse com o plano que eu tinha bolado. Mas enquanto eu passava algumas coordenadas para Fabrício vi Marcos da 8ª série se aproximar e sentar ao lado dela. Será que eles estavam ficando? Mas logo o Marcos...

2 - Narrador-observador (neutro): conta a história do lado de fora, na 3ª pessoa, sem participar das ações. Ele conhece todos os fatos e, por não participar deles, narra com certa neutralidade, apresenta os fatos e os personagens com imparcialidade. Não tem conhecimento íntimo dos personagens nem das ações vivenciadas., como nesse trecho:

Aos quatorze anos, Miguel Strogoff, que desde os onze acompanhava o pai nas freqüentes incursões pela estepe, matara seu primeiro urso. A vida na estepe dera-lhe uma força e resistência incomuns e o rapaz podia passar vinte e quatro horas sem comer e dez noites sem dormir, sem aparentar excessivo desgaste físico, conseguindo sobreviver onde outros em pouco tempo morreriam. Era capaz de guiar-se em plena noite polar, pois o pai lhe ensinara os segredos da orientação – valendo-se de sinais quase imperceptíveis na neve e nas árvores, no vento e no vôo dos pássaros. (Júlio Verne, Miguel Strogoff, p. 16)

3- Narrador intruso (onisciente): Não participa da história, mas faz várias intervenções com comentários e opiniões acerca das ações das personagens. O foco narrativo é em 3ª pessoa.

“Flávia logo percebeu que as outras moradoras do prédio, mães dos amiguinhos do seu filho, Paulinho, seis anos, olhavam-na com um ar de superioridade. Não era para menos. Afinal o garoto até aquela idade — imaginem — se limitava a brincar e ir à escola.”

“Se tinha medo, então era para a natação mesmo que ele iria entrar. Os medos devem ser eliminados na infância. Paulinho ainda quis argumentar. Sugeriu alpinismo. Foi a vez de os pais tremerem. Mas o medo dos pais é outra história. Paulinho entrou para a natação.”

(Carlos Eduardo Novaes. A cadeira do dentista e

outras crônicas. São Paulo: Ática, 1994. p. 15-7.

PERSONAGEM

Uma boa caraterização de personagens descreve aspectos físicos(altura, cor dos cabelos, dos olhos, etc.) e psicológicos: triste, feliz, deprimido etc Essas descrições irão determinar o comportamento da personagem na história. 

A personagem pode ser:


1) Protagonista – ou principal - aquele responsável pelos acontecimentos principais do enredo.


2) Secundárias - aquele que está em torno do principal. 

Designação atual para o antigo vilão. Cabe a elas impedir, dificultar, atormentar a "vida" das personagens protagonistas. Como observação, seria bom lembrar que as antagonistas não precisam ser propriamente pessoas; às vezes, são representadas por sentimentos, grupos sociais, peculiaridades de ordem física, psicológica ou social dos indivíduos e até podem representar instituições. Suponhamos que você tenha uma história onde dois indivíduos do mesmo sexo se amem e queiram casar. O antagonista será o Estado, a sociedade, a Constituição que os impedirá de concretizarem seus desejos. 

c) Coadjuvantes - O mesmo que secundárias. Co-auxiliam no desenvolvimento da história. 

Tipos de discursos na narrativa


Discurso direto: o narrador apresenta a própria personagem falando diretamente, permitindo ao autor mostrar o que acontece em lugar de simplesmente contar.

Lavador de carros, Juarez de Castro, 28 anos, ficou desolado, apontando para os entulhos: “Alá minha frigideira, alá meu escorredor de arroz. Minha lata de pegar água era aquela. Ali meu outro tênis.”
Jornal do Brasil, 29 de maio 1989.

"Quando lhe entreguei a folha de hera com formato de çoração (um coração de nervuras trementes se abrindo em leque até as bordas verde- azuladas), ela beijou a folha e levou-a ao peito. Espetou-a na malha do suéter: "Esta vai ser guardada aqui." Mas não me olhou nem mesmo quando eu saí tropeçando no cesto."
(Lígia Fagundes reles, "Herbarium", in Os melhores contos)
Discurso indireto: o narrador interfere na fala da personagem. Ele conta aos leitores o que a personagem disse, mas conta em 3ª pessoa. As palavras da personagem não são reproduzidas, mas traduzidas na linguagem do narrador.
Dario vinha apressado, o guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Foi escorregando por ela, de costas, sentou-se na calçada, ainda úmida da chuva, e descansou no chão o cachimbo.
Dois ou três passantes rodearam-no, indagando se não estava se sentindo bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, mas não se ouviu resposta. Um senhor gordo, de branco, sugeriu que ele devia sofrer de ataque.
Dalton Trevisan. Cemitério de elefantes. Rio de Janeiro,
Civilização Brasileira, 1964.
"E a madrinha, Dona Isolina Vaz Costa (cuja especialidade era doce de ovos) foi de parecer que quanto à dicção ainda não era visto, mas quanto à expressão Cícero lembrava o Chabi Pinheiro. No entanto advertiu que do meio para o fim é que era mais difícil."

(Antônio de A. Machado, NO Inteligente CíceroN, in Laranja da China, Ed. )

Discurso indireto livre: é uma combinação dos dois anteriores, confundindo as intervenções do narrador com as dos personagens. É uma forma de narrar econômica e dinâmica, pois permite mostrar e contar os fatos a um só tempo. Muito usado nas narrativas contemporâneas, este tipo de discurso quase não se registra, por exemplo, no Romantismo. O Realismo de linha de análise psicológica experimentou-o, mas coube à narrativa moderna desenvolvê-lo e usá-lo como recurso dos mais expressivos. Podemos defini-lo como sendo a captação do pensamento das personagens que vêm à tona num texto de terceira pessoa, sem nenhuma marca indicadora de Discurso Direto (travessão, aspas) ou Indireto (as conjunções integrantes):

"Entregue aos arranjos da casa, regando os craveiros e as panelas de losna, descendo ao bebedouro com o pote vazio e regressando com o pote cheio, deixava os filhos soltos no barreiro, enlameados como porcos. E eles estavam perguntadores, insuportáveis. Fabiano dava-se bem com a ignorância. nnha o direito de saber? nnha? Não tinha. "
(Vidas Secas - Graciliano Ramos)

Enlameado até a cintura, Tiãozinho cresce de ódio. Se pudesse matar o carreiro... Deixa eu crescer!... Deixa eu ficar grande!... Hei de dar conta deste danisco... Se uma cobra picasse seu Soronho... Tem tanta cascavel nos pastos... Tanta urutu, perto de casa... se uma onça comesse o carreiro, de noite... Um onção grande, da pintada... Que raiva!...
Mas os bois estão caminhando diferente. Começaram a prestar atenção, escutando a conversa de boi Brilhante.
Guimarães Rosa. Sagarana. Rio de Janeiro,
José Olympio, 1976.
Tipos de textos narrativos

Entre os tipos de textos mais conhecidos, estão:
Romance, a Novela, o Conto, a Crônica, a Fábula, a Parábola, o Apólogo, a Lenda, entre outros.

Romance: em geral é um tipo de texto que possui um núcleo principal, mas não possui apenas um núcleo. Outras tramas vão se desenrolando ao longo do tempo em que a trama principal acontece. O Romance se subdivide em diversos outros tipos: Romance policial, Romance romântico, etc. É um texto longo, tanto na quantidade de acontecimentos narrados quanto no tempo em que se desenrola o enredo.

Novela: muitas vezes confundida em suas características com o Romance e com o Conto, é um tipo de narrativa menos longa que o Romance, possui apenas um núcleo, ou em outras palavras, a narrativa acompanha a trajetória de apenas uma personagem. Em comparação ao Romance, se utiliza de menos recursos narrativos e em comparação ao Conto tem maior extensão e uma quantidade maior de personagens.

OBS: A telenovela é um tipo diferente de narrativa. Ela advém dos folhetins, que em um passado não muito distante eram publicados em jornais. O Romance provém da história, das narrativas de viagem, é herdeiro da epopéia. A novela, por sua vez, provém de um conto, de uma anedota, e tudo nela se encaminha para a conclusão.

Conto: É uma narrativa curta. O tempo em que se passa é reduzido e contém poucas personagens que existem em função de um núcleo. É o relato de uma situação que pode acontecer na vida das personagens, porém não é comum que ocorra com todo mundo. Pode ter um caráter real ou fantástico da mesma forma que o tempo pode ser cronológico ou psicológico.

Crônica: por vezes é confundida com o conto. A diferença básica entre os dois é que a crônica narra fatos do dia a dia, relata o cotidiano das pessoas, situações que presenciamos e já até prevemos o desenrolar dos fatos. A crônica também se utiliza da ironia e às vezes até do sarcasmo. Não necessariamente precisa se passar em um intervalo de tempo, quando o tempo é utilizado, é um tempo curto, de minutos ou horas normalmente.

Fábula: É semelhante a um conto em sua extensão e estrutura narrativa. O diferencial se dá, principalmente, no objetivo do texto, que é o de dar algum ensinamento, uma moral. Outra diferença é que as personagens são animais, mas com características de comportamento e socialização semelhantes às dos seres humanos.

Parábola: é a versão da fábula com personagens humanas. O objetivo é o mesmo, o de ensinar algo. Para isso são utilizadas situações do dia a dia das pessoas.

Apólogo: é semelhante à fábula e à parábola, mas pode se utilizar das mais diversas e alegóricas personagens: animadas ou inanimadas, reais ou fantásticas, humanas ou não. Da mesma forma que as outras duas, ilustra uma lição de sabedoria.

Anedota: é um tipo de texto produzido com o objetivo de motivar o riso. É geralmente breve e depende de fatores como entonação, capacidade oratória do intérprete e até representação. Nota-se então que o gênero se produz na maioria das vezes na linguagem oral, sendo que pode ocorrer também em linguagem escrita.

Lenda: é uma história fictícia a respeito de personagens ou lugares reais, sendo assim a realidade dos fatos e a fantasia estão diretamente ligadas. A lenda é sustentada por meio da oralidade, torna-se conhecida e só depois é registrada através da escrita. O autor, portanto é o tempo, o povo e a cultura. Normalmente fala de personagens conhecidas, santas ou revolucionárias.

Estes acima citados são os mais conhecidos tipos de textos narrativos, mas podemos ainda destacar uma parcela dos textos jornalísticos que são escritos no gênero narrativo, muitos outros tipos que fazem parte da história, mas atualmente não são mais produzidos, como as novelas de cavalaria, epopéias, entre outros. E ainda as muitas narrativas de caráter popular (feitas pelo povo) como as piadas, a literatura de cordel, etc.

Devido à enorme variedade de textos narrativos, não é possível abordar todos ao mesmo tempo, até mesmo porque cotidianamente novas formas de narrar vão sendo criadas tanto na linguagem escrita quanto na oral, e a partir destas vão surgindo novos tipos de textos narrativos.

Texto dissertativo

Dissertar é:

I. Expor um assunto, esclarecendo as verdades que o envolvem, discutindo a problemática que nele reside;
II. Defender princípios, tomando decisões
III. Analisar objetivamente um assunto através da sequência lógica de ideias;
IV. Apresentar opiniões sobre um determinado assunto;
V. Apresentar opiniões positivas e negativas, provando suas opiniões, citando fatos, razões, justificativas.
Sendo a dissertação uma série concatenada de ideias, opiniões ou juízos, ela sempre será uma tomada de posição frente a um determinado assunto - queiramos ou não.
Procurando convencer o leitor de alguma coisa, explicar a ele o nosso ponto de vista a respeito de um assunto, ou simplesmente interpretar um ideia, estaremos sempre explanando as nossa opiniões, retratando os nosso conhecimentos, revelando a nossa intimidade. É por esse motivo que se pode, em menor ou maior grau, mediar a cultura (vivência, leitura, inteligência...) de uma pessoa através da dissertação.
Podemos contar um estória (narração) ou apontar características fundamentais de um ambiente (descrição) sem nos envolvermos diretamente. A dissertação ao contrário, revela quem somos, o que sentimos, o que pensamos. Nesse ponto, tenha-se o máximo de cuidado com o extremismo. Temos liberdade total de expor nossas opiniões numa dissertação e o examinador salvo raras exceções - sabe respeita-las. Tudo o que expusermos, todavia, principalmente no campo político e religioso, deve ser acompanhado de argumentações e provas fundamentais.
Para fazer uma boa dissertação, exige-se:
a) Conhecimentos do assunto (adquirido através da leitura, da observação de fatos, do diálogo, etc.);
b) Reflexões sobre o tema, procurando descobrir boas ideias e conclusões acertadas (antes de escrever é necessários pensar);
c) Planejamento:

1. Introdução:  A introdução deve apresentar de maneira clara o assunto que será tratado e delimitar as questões, referentes ao assunto, que serão abordadas.
Neste momento pode-se formular uma tese, que deverá ser discutida e provada no texto, propor uma pergunta, cuja resposta deverá constar no desenvolvimento e explicitada na conclusão
2. Desenvolvimento: 
É a parte do texto em que as ideias, pontos de vista, conceitos, informações de que dispõe serão desenvolvidas; desenroladas e avaliadas progressivamente.
3. Conclusão: pode ser feita por uma síntese das ideias discutidas no desenvolvimento. É o resultado final.
d) Registrar ideias fundamentais numa sequência (ESQUEMA)
e) Acrescentar o que faltar, ou suprimir o que for supérfluo, desnecessário (RASCUNHO)
f) Desenvolvimento do plano com clareza e correção, mantendo sempre fidelidade ao tema.
Cada uma dessas partes se relacionam umas com as outras, seja preparando-as ou retomando-as, portanto, não são isoladas.

A produção de textos dissertativos está ligada à capacidade argumentativa daquele que se dispõe a essa construção.

Vou deixar, aqui, uma pequena dica sobre uma possível estrutura básica (quase um “modelo” bem simples e pouco criativo) do texto dissertativo-argumentativo. Talvez essa dica ajude àqueles que estão com dificuldades para desenvolver um texto de maneira mais clara.

Vale ressaltar que não se trata de um regra a ser seguida, mas apenas de uma dica que pode ser totalmente ou em partes aproveitada. ---> Alguns concursos exigem redação!

Dicas de como fazer um ótimo texto dissertativo-argumentativo


Primeiro passo: entender bem o tema do texto

Exemplo: TEMA: “O adolescente, hoje, precisa de limites?
  • Desse tema eu posso retirar uma expressão central: “limite para os adolescentes”. Ou posso, simplesmente, retirar a expressão “limites”.

Segundo passo: a introdução do texto
  • Posso começar a escrever o texto dissertativo-argumentativo definindo a expressão central retirada do tema. (entenda como uma das muitas formas de se começar um texto)


Exemplo: Definindo a expressão “limite para os adolescentes” : O que é, ou o que significa dar limites aos adolescentes? 
  
Vou elaborar um pequeno texto (pode ser uma frase ou mais de uma) respondendo a essa questão:

.......A sociedade constitui-se de pessoas que se transformam ao longo do tempo, mudam a forma de pensar e agir. Isso faz com que uma geração de adolescentes não seja, necessariamente, igual a uma anterior, assim como são diferentes as regras e os valores sociais de cada geração. No entanto, independente da época, sempre existirão regras e valores que moldarão o pensamento, o comportamento, as atitudes dos jovens na sociedade – são os chamados limites, que podem se apresentar de maneiras diversas, com maior ou menor rigor.

  • Depois de definir a expressão central retirada do tema, é hora de esclarecer o objetivo do texto. 

    • É possível, nessa hora, responder perguntas como: o que eu pretendo argumentar? Qual é o meu objetivo ao escrever esse texto? 

    • É muito importante centrar-se no tema proposto na hora de estabelecer um objetivo.


Exemplo: Como o tema, nesse caso, é “O adolescente, hoje, precisa de limites?", então, o objetivo será, exatamente, responder a essa questão. Assim, eu posso fechar minha introdução com uma pergunta (lembrando-me, sempre, de não copiar o tema proposto) ou posso colocar a questão do tema sem ser em forma de pergunta propriamente.

.......A sociedade constitui-se de pessoas que se transformam ao longo do tempo, mudam a forma de pensar e agir. Isso faz com que uma geração de adolescentes não seja, necessariamente, igual a uma anterior, assim como são diferentes as regras e os valores sociais de cada geração. No entanto, independente da época, sempre existirão regras e valores que moldarão o pensamento, o comportamento, as atitudes dos jovens na sociedade – são os chamados limites, que podem se apresentar de maneiras diversas, com maior ou menor rigor. Hoje, questiona-se se esses limites devem ser impostos aos adolescentes ou se estes devem ser mais livres para estabelecerem seus próprios limites.


Terceiro passo: o desenvolvimento do texto
  • Para começar a desenvolver o texto, é interessante fazer um esquema sobre o que quero argumentar. 

    • Posso colocar em tópicos, em um rascunho, os pontos principais de cada argumento, lembrando, sempre, do objetivo do texto, para não deixar a redação “caminhar” para um rumo muito além do esperado.


Exemplo: O objetivo é saber se os adolescentes precisam ou não de limites. Eu posso argumentar de várias formas. Vou colocar, aqui, 4 opções:



OPÇÃO 1Posso defender a ideia de que os adolescentes precisam de limites e apresentar justificativas para isso:

Esquema:
- Os adolescentes precisam de limites porque, nessa fase da vida, ainda estão se moldando valores que os farão indivíduos íntegros, com caráter.

- Os adolescentes precisam de limites porque, nessa fase da vida, eles ainda não têm total discernimento para distinguir tudo que é certo e errado, segundo um modelo de vida sadio e com respeito à moral.

OPÇÃO 2Posso defender a ideia de que os adolescentes precisam de limites, justificar essa opinião e apresentar exemplo(s) que comprove(m) isso:

Esquema:

 - Os adolescentes precisam de limites porque, nessa fase da vida, ainda estão se moldando valores que os farão indivíduos íntegros, com caráter, e também os adolescentes não têm total discernimento para distinguir tudo que é certo e errado segundo um modelo de vida sadio e com respeito à moral.

Sobre os exemplos: posso apresentar valores que se aprendem na adolescência e são levados para a vida inteira, sendo tais valores passados através dos limites impostos. Apresentar exemplo(s), também, de atitudes de jovens que mostram a falta de discernimento para distinguir certo e errado. (NÃO VOU LISTAR, AQUI, OS EXEMPLOS, MAS SERIA INTERESSANTE FAZER ISSO)

OPÇÃO 3Posso defender a ideia de que os adolescentes NÃO precisam de limites e apresentar justificativas para isso:

Esquema:
- Os adolescentes não precisam de limites, mas de carinho dos pais, que,  em muitos  casos, mostram-se ausentes. Os limites impostos acabam afastando pais e filhos.

- Os adolescentes não precisam de limites porque eles já são capazes de entender as regras sociais, e os limites serviriam apenas para inibir a criatividade, a liberdade, a capacidade do adolescente de “amadurecer” sozinho, de encarar a realidade tal como ela é.

OPÇÃO 4: Posso defender a ideia de que os adolescentes precisam de limites, mas estes não devem ser impostos com muito rigor:

Esquema:

- Os adolescentes precisam de limites porque todo ser humano deve saber lidar com regras, ter disciplina para enfrentar todo tipo de situação, e isso se constrói ao longo da vida, principalmente, quando se é jovem.

- Por outro lado, esses limites não precisam ser impostos com tanto rigor, porque pode tolher a criatividade do adolescente.

  • Após esquematizar os argumentos, seria interessante desenvolver esse esquema em, pelo menos, dois parágrafos. 

    • Não posso me esquecer de estabelecer uma ligação entre esses parágrafos.
Exemplo: Coloquei diferentes maneiras de desenvolver o texto. Vou escolher apenas uma para a redação não ficar muito extensa e confusa. Vou escolher a primeira opção para exemplificar meu desenvolvimento.

            Os jovens entre doze e dezoito anos vivem uma fase em que os valores morais e sociais ainda estão se moldando. Trata-se de um período em que o adolescente encontra-se em meio às regras impostas pela escola, pela família, pela sociedade em geral, e essas regras estabelecem limites que, mais tarde, ajudarão esse adolescente de hoje a tornar-se um cidadão íntegro, com caráter e disciplinado.
            Além disso, nessa fase bem jovem da vida, não se tem total discernimento para distinguir tudo que é certo e errado segundo um modelo de vida sadio e com respeito à moral. O adolescente vive cercado de bons e maus exemplos, sendo estes últimos bastante atraentes, tendo em vista o “glamour” da transgressão. Nessa realidade, diferir o que é interessante momentaneamente e o que é correto e promissor não é uma tarefa fácil para o adolescente, por isso é necessário impor limites para que ele aprenda estabelecer essa distinção.


Quarto passo: a conclusão 


  • Para iniciar a conclusão desse texto, voltarei à introdução do texto para relembrar o tema e o objetivo apresentados. Escrevo, então, uma frase (ou mais de uma) sintetizando o objetivo do texto e o foco da argumentação (esse foco da argumentação pode ser encontrado no esquema feito para desenvolver o texto).  
    • Preciso lembrar que não posso repetir o que já foi usado na redação, preciso usar outras palavras e escrever algo não muito longo, pois é só uma síntese.
Exemplo:
             Assim, diante da dúvida se se deve impor limites aos adolescentes hoje, pode-se afirmar que a sociedade precisa de indivíduos de bom caráter e que tenham noção de disciplina. Para se ter isso, é preciso que os jovens saibam seguir regras, internalizar valores e distinguir o melhor caminho a ser percorrido.

  • Para encerrar a conclusão, pode ser interessante apresentar uma solução para o problema tratado ou uma sugestão relacionada à questão desenvolvida.
Exemplo: como a questão que estou usando como exemplo diz respeito aos limites, e o desenvolvimento apresentando, aqui, centrou-se na justificativa de se impor, sim, limites aos adolescentes, então, posso fechar o texto com uma das duas opções abaixo:

1) Uma sugestão para os pais: mostrando uma maneira de impor limites apropriada para a geração de adolescentes atual.

2) Uma sugestão para os próprios adolescentes: mostrando uma maneira de entender a imposição de limites como algo positivo.


Escolho, então, a segunda opção para encerrar:


          Assim, diante da dúvida se se deve impor limites aos adolescentes hoje, pode-se afirmar que a sociedade precisa de indivíduos de bom caráter e que tenham noção de  disciplina. Para se ter isso, é preciso que os jovens saibam seguir regras, internalizar valores e distinguir o melhor caminho a ser percorrido. Portanto, os adolescentes não devem enxergar os limites impostos como uma forma de perseguição ou como uma maneira de evitar que eles “vivam a vida", mas sim como uma auto-defesa diante da liberdade exagerada, da falta de humanidade, do modismo em detrimento do amor próprio e do excesso de "doces armadilhas" que a realidade apresenta.


O TEXTO COMPLETO:

        A sociedade constitui-se de pessoas que se transformam ao longo do tempo, mudam a forma de pensar e agir. Isso faz com que uma geração de adolescentes não seja, necessariamente, igual a uma anterior, assim como são diferentes as regras e os valores sociais de cada geração. No entanto, independente da época, sempre existirão regras e valores que moldarão o pensamento, o comportamento, as atitudes dos jovens na sociedade – são os chamados limites, que podem se apresentar de maneiras diversas, com maior ou menor rigor. Hoje, questiona-se se esses limites devem ser impostos aos adolescentes ou se estes devem ser mais livres para estabelecerem seus próprios limites.
        Os jovens entre doze e dezoito anos vivem uma fase em que os valores morais e sociais ainda estão se moldando. Trata-se de um período em que o adolescente encontra-se em meio às regras impostas pela escola, pela família, pela sociedade em geral, e essas regras estabelecem limites que, mais tarde, ajudarão esse adolescente de hoje a tornar-se um cidadão íntegro, com caráter e disciplinado.
        Além disso, nessa fase bem jovem da vida, não se tem total discernimento para distinguir tudo que é certo e errado segundo um modelo de vida sadio e com respeito à moral. O adolescente vive cercado de bons e maus exemplos, sendo estes últimos bastante atraentes, tendo em vista o “glamour” da transgressão. Nessa realidade, diferir o que é interessante momentaneamente e o que é correto e promissor não é uma tarefa fácil para o adolescente, por isso é necessário impor limites para que ele aprenda estabelecer essa distinção.
        Assim, diante da dúvida se se deve impor limites aos adolescentes hoje, pode-se afirmar que a sociedade precisa de indivíduos de bom caráter e que tenham noção de disciplina. Para se ter isso, é preciso que os jovens saibam seguir regras, internalizar valores e distinguir o melhor caminho a ser percorrido. Portanto, os adolescentes não devem enxergar os limites impostos como uma forma de perseguição ou como uma maneira de evitar que eles “vivam a vida", mas sim como uma auto-defesa diante da liberdade exagerada, da falta de humanidade, do modismo em detrimento do amor próprio e do excesso de "doces armadilhas" que a realidade apresenta.

Texto descritivo 

Enquanto a narração  é o relato de um fato que ocorre em determinado tempo, a descrição é o relato de um objeto, pessoa, cena ou situação estática, ou seja, não depende do tempo. Descrever é desenhar  com palavras determinada imagem, de modo que a mesma possa ser visualizada pelo leitor em sua mente.

Veja no exemplo:

“Da janela de seu quarto podia ver o mar. Estava calmo e, por isso, parecia até mais azul. A maresia inundava seu cantinho de descanso e arrepiava seu corpo...estava muito frio, ela sentia, mas não queria fechar a entrada daquela sensação boa. Ao norte, a ilha que mais gostava de ir, era só um pedacinho de terra iluminado pelos últimos raios solares do final daquela tarde; estava longe...longe! Não sabia como agradecer a Deus, morava em um paraíso!”

A sensação que o leitor ou ouvinte tem que ter em uma descrição é a de que foi transportado para o local da narração descritiva.

Da mesma forma, quando um objeto é descrito, o interlocutor dever ter a sensação de que está vendo aquele sofá ou aquela xícara.


Características de uma descrição

- Utilização de verbos de ligação. Eles servem para ligar o sujeito ao seu predicativo, na grande maioria dos casos.
- Presença constante de adjetivos ou locuções adjetivas. Eles constituem os predicados nominais e são comuns nesse tipo de texto devido a constante caracterização que se dá ao objeto descrito.
- É um texto parado, isto é, não é dinâmico. Esse fato pode tornar o texto entediante, e ficando assim se tornará muito mais complicado convidar o leitor a lê-lo. Pode-se evitar esse imprevisto com caracterizações claras e utilizando-se características específicas, que tornarão a imagem descrita incomum e, portanto interessante de se apreciar.
- A imagem que vai se construindo é semelhante a um retrato, só que são utilizadas palavras, e por isso é chamada de imagem verbal. Dependendo da riqueza de detalhes e clareza de informações essa imagem vai se tornando mais nítida e mais acessível a todos os tipos de leitores. Esse deve ser o principal objetivo de uma boa descrição.

Tipos de descrição

Existem dois tipos de descrição:

Descrição objetiva: acontece quando o que é descrito apresenta-se de forma direta, simples, concreta, como realmente é:

a) O objeto tem 3 metros de diâmetro, é cinza claro, pesa 1 tonelada e será utilizado na fabricação de fraldas descartáveis.

b) Ana tem 1,80, pele morena, olhos castanhos claros, cabelos castanhos escuros e lisos e pesa 65 kg. É modelo desde os 15 anos.

Descrição subjetiva: ocorre quando há emoção por parte de quem descreve:

a) Era doce, calma e respeitava muito aos pais. Porém, comigo, não tinha pudores: era arisca e maliciosa, mas isso não me incomodava.

Portanto, na descrição subjetiva há interferência emocional por parte do interlocutor a respeito do que observa, analisa.

Dicas para uma boa descrição

- Utilizar linguagem clara, ser direto e dinâmico.
- Descrever características que não se pode encontrar em qualquer lugar. É essencial que se destaquem os traços distintivos, para que a imagem verbal não seja visualizada superficialmente. Isso enriquece a descrição e torna o texto mais atraente. Exemplos: dizer que o cabelo é preto não é novidade, pois muitas pessoas têm o cabelo preto, mas dizer que na raiz branca do cabelo podia-se perceber que era tingido é uma característica específica, que ajuda a distinguir o indivíduo da maioria.
- Deve-se separar aspectos físicos, emocionais e psicológicos, caso haja os três, e descrever um de cada vez para que a imagem possa ser construída coerentemente.
Dentro de outros tipos de textos podem surgir pequenas descrições, e isso representa uma pausa na linha do tempo em que a história acontece. Esse recurso é utilizado para chamar a atenção do leitor para determinada cena, pessoa, objeto, sensação, etc. Especificamente no texto descritivo, ou seja, na redação em que é exigida uma descrição, os gêneros não podem se misturar. Para tanto devemos seguir algumas dicas para a construção desse tipo de texto.
- Na introdução deve ser apresentada a imagem a ser descrita. Isso se faz de forma bem direta e específica. Quando muito acrescentamos, podemos citar o espaço em que a imagem se encontra.
- Durante o desenvolvimento devem ser expostas as características da imagem, dando sempre ênfase aos traços distintivos, como já foi falado. Deve-se também separar as características físicas das psicológicas e das emocionais. Poderão ser dispostas uma em cada parágrafo, devido ao tamanho do texto.
- Ao terminar a descrição propriamente dita, pode-se arrematar o texto através de uma característica que tenha marcado a imagem como um todo, ou um impressão sua a respeito do todo da imagem. Isso deve ser feito sempre em terceira pessoa, sem se incluir.


Fonte:  www.brasilescola.com
          www. ebah.com.br
          www. infoescola.com
          www. algosobre.com.br
          www. gramatiquice.com.br

Questões sobre textos narrativos, dissertativos e descritivos

1) O que é um texto dissertativo-argumentativo?

2) Texto para as questões 2 a 5.

O leão

  A menina conduz-me diante do leão, esquecido por um circo de passagem. Não está preso, velho e doente, em gradil de ferro. Fui solto no gramado e a tela fina de arame é escarmento ao rei dos animais. Não mais que um caco de leão: as pernas reumáticas, a juba emaranhada e sem brilho. Os olhos globulosos fecham-se cansados, sobre o focinho contei nove ou dez moscas, que ele não tinha ânimo de espantar. Das grandes narinas escorriam gotas e  pensei, por um momento, que fossem lágrimas.

  Observei em volta: somos todos adultos, sem contar a menina. Apenas para nós o leão conserva o seu antigo prestígio - as crianças estão em redor dos macaquinhos. Um dos presentes explica que o leão tem as pernas entrevadas, a vida inteira na minúscula jaula. Derreado, não pode sustentar-se em pé.

  Chega-se um piá e, desafiando com olhar selvagem o leão, atira-lhe um punhado de cascas de amendoim. O rei sopra pelas narinas, ainda é um leão: faz estremecer as gramas a seus pés.

Um de nós protesta que deviam servir-lhe a carne em pedacinhos.

- Ele não tem dente?

- Tem sim, não vê? Não tem é força para morder.

  Continua o moleque a jogar amendoim na cara devastada do leão. Ele nos olha e um brilho de compreensão nos faz baixar a cabeça: é conhecido o travo amargoso da derrota. Está velho, artrítico, não se agüenta das pernas, mas é um leão. De repente, sacudindo a juba, põe-se a mastigar capim. Ora, leão come verde! Lança-lhe o guri uma pedra: acertou no olho lacrimoso e doeu.

  O leão abriu a bocarra de dentes amarelos, não era um bocejo. Entre caretas de dor, elevou-se aos poucos nas pernas tortas. Sem sair do lugar, ficou de pé. Escancarou penosamente os beiços moles e negros, ouviu-se a rouca buzina do fordeco antigo.

  Por um instante o rugido manteve suspensos os macaquinhos e fez bater mais depressa o coração da menina. O leão soltou seis ou sete urros. Exausto, deixou-se cair de lado e fechou os olhos para sempre.

2) (ITA) 

I.   Embora não seja um texto predominantemente descritivo, ocorre descrição, visto que o autor representa a personagem principal através de aspectos que a individualizam.

II.  Por ressaltar unicamente as condições físicas da personagem, predomina a descrição objetiva no texto, com linguagem denotativa.

III. Por ser um texto predominantemente narrativo, as demais formas - descrição e dissertação - inexistem.

Inferimos que, de acordo com o texto, pode(m) estar correta(s):

a) Todas
b) Apenas a I
c) Apenas a II
d) Apenas a III
e) Nenhuma das afirmações.


 3) (ITA)

I.   Fato principal: a morte do leão. Causas principais: o circo, que o abandonou, e a criança, que o acertou com uma pedra.

II.  A decadência física do leão, assunto predominante do texto, denota animalização do ser humano.

III. A velhice do leão, assunto predominante do texto, conota marginalização, maus tratos e decadência física  dos animais.

Inferimos que, de acordo com o texto, pode(m) estar correta(s):

a) Todas
b) Apenas a I
c) Apenas a II
d) Apenas a III
e) Nenhuma das afirmações.


4) (ITA) 

I.   Conotativamente, o leão chora; denotativamente, o menino agride.

II.  A decadência do leão é tanta, que nada faz lembrar a sua antiga reputação. Nem mesmo os adultos o reconhecem mais.

III. Metaforicamente, o leão, que não mais produz e não mais trabalha, pode representar a marginalização, abandono e agressão a que são submetidos os idosos.
       
Inferimos que, de acordo com o texto, pode(m) estar correta(s):

a) Todas
b) Apenas a I
c) Apenas a II
d) Apenas a III
e) Nenhuma das afirmações.

5) (ITA)

I.   Evidencia-se  explicitamente no texto uma comparação: a decadência do leão é similar a do ser humano em geral.
  
II.  Incapaz de reagir fisicamente às provocações, o leão, sentindo-se inconformado, morre.

III. O fato de o leão "não estar preso em gradil de ferro constitui, por parte de seus antigos donos, uma prova de gratidão.

Inferimos que, de acordo com o texto, pode(m) estar correta(s):

a) Todas
b) Apenas a I
c) Apenas a II
d) Apenas a III
e) Nenhuma das afirmações.


6) (PUC - SP) O trecho abaixo foi extraído da obra Memórias Sentimentais de João Miramar, de Oswald de Andrade.

 BOTAFOGO ETC.

  "Beiramarávamos em auto pelo espelho de aluguel arborizado das avenidas marinhas sem sol. Losangos tênues de ouro bandeiranacionalizavam os verdes montes interiores. No outro lado azul da baía a Serra dos Órgãos serrava. Barcos. E o passado voltava na brisa de baforadas gostosas. Rolah ia vinha derrapava em túneis.

Copacabana era um veludo arrepiado na luminosa noite varada pelas frestas da cidade. Didaticamente, costuma-se dizer que, em relação à sua organização, os textos podem ser compostos dedescrição, narração e dissertação; no entanto é difícil encontrar-se um trecho que seja só descritivo, apenas narrativo, somente dissertativo.
  
Levando-se em conta tal afirmação, selecione uma das alternativas abaixo para classificar o texto de Oswald de Andrade:

a) Narrativo-descritivo, com predominância do dissertativo.
b) Dissertativo-descritivo, com predominância do dissertativo.
c) Descritivo-narrativo, com predominância do narrativo.
d) Descritivo-dissertativo, com predominância do dissertativo.
e) Narrativo-dissertativo, com predominância do narrativo.

7) (ENEM-2010) 

Transtorno do comer compulsivo

O transtorno do comer compulsivo vem sendo reconhecido, nos últimos anos, como uma síndrome caracterizada por episódios de ingestão exagerada e compulsiva de alimentos, porém, diferentemente da bulimia nervosa, essas pessoas não tentam evitar ganho de peso com os métodos compensatórios. Os episódios vêm acompanhados de uma sensação de falta de controle sobre o ato de comer, sentimentos de culpa e de vergonha. Muitas pessoas com essa síndrome são obesas, apresentando uma história de variação de peso, pois a comida é usada para lidar com problemas psicológicos. O transtorno do comer compulsivo é encontrado em cerca de 2% da população em geral, mais frequentemente acometendo mulheres entre 20 e 30 anos de idade.
Pesquisas demonstram que 30% das pessoas que procuram tratamento para obesidade ou para perda de peso são portadoras de transtorno do comer compulsivo.
Disponível em: http://www.abcdasaude.com.br.
Acesso em: 1 maio 2009 (adaptado).

Considerando as ideias desenvolvidas pelo autor, conclui-se que o texto tem a finalidade de

a) descrever e fornecer orientações sobre a síndrome da compulsão alimentícia.
b) narrar a vida das pessoas que têm o transtorno do comer compulsivo.
c) aconselhar as pessoas obesas a perder peso com métodos simples.
d) expor de forma geral o transtorno compulsivo por alimentação.
e) encaminhar as pessoas para a mudança de hábitos alimentícios.

8) Classifique os trechos abaixo. Marque:

(A) Narração
(B) Descrição
(C) Dissertação

01. Ocorreu um pequeno incêndio na noite de ontem, em um apartamento de propriedade do Sr. Marcos da Fonseca. No local habitavam o proprietário, sua esposa e seus dois filhos. O fogo despontou em um dos quartos que, por sorte, ficava na frente do prédio.

02. O mundo moderno caminha atualmente para sua própria destruição, pois tem havido inúmeros conflitos internacionais, o meio ambiente encontra-se ameaçado por sério desequilíbrio ecológico e, além do mais, permanece o perigo de uma catástrofe nuclear.

03. Qualquer pessoa que o visse, quer pessoalmente ou através dos meios de comunicação, era logo levada a sentir que dele emanava uma serenidade e autoconfiança próprias daqueles que vivem com sabedoria e dignidade.

04. De baixa estatura, magro, calvo, tinha a idade de um pai que cada pessoa gostaria de ter e de quem a nação tanto precisava naquele momento de desamparo.

05. Em virtude dos fatos mencionados, somos levados a acreditar na possibilidade de estarmos a  caminho do nosso próprio extermínio. É desejo de todos nós que algo possa ser feito no sentido de conter essas diversas forças destrutivas, para podermos sobreviver às adversidades e construir um mundo que, por ser pacífico, será mais facilmente habitado pelas gerações vindouras.

06. O homem, dono da barraca de tomates, tentava, em vão, acalmar a nervosa senhora. Não sei por que brigavam, mas sei o que vi: a mulher imensamente gorda, mais do que gorda, monstruosa, erguia os enormes braços e, com os punhos cerrados, gritava contra o feirante. Comecei a me assustar, com medo de que ela destruísse a barraca — e talvez o próprio homem — devido à sua fúria incontrolável. Ela ia gritando e se empolgando com sua raiva crescente e ficando cada vez mais vermelha, assim como os tomates, ou até mais.



Gabarito:

1) É um texto que tem como base principal a opinião expressa através de argumentos. Os gêneros dessa natureza são os preferidos dos vestibulares. Compreende a DISSERTAÇÃO-ARGUMENTATIVA (que é uma abordagem mais geral), o ARTIGO DE OPINIÃO e A CARTA ARGUMENTATIVA. Os dois últimos passaram a ser bastante utilizados nos processos seletivos e são abordagens mais específicas.Desde 1998, o texto escolhido pelo ENEM é a DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA EM PROSA (ou TEXTO ARGUMENTATIVO, ou, ainda, TEXTO DISSERTATIVO ARGUMENTATIVO).
2) B
3) E
4) D 
5) E 
6) A
7) D
8) 01. A  02. C  03. C  04. B  05. C  06. A e B